segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Hora do Planeta

“ - Como você contribui para a construção de um mundo melhor?
- Ah, semana passada eu apaguei as luzes da minha sala por uma hora, mostrando que eu me preocupo com o aquecimento global, e a fome na áfrica.
- É- Ok, o que mais?
- Mais? Hum... deixa ver......Ah, uma vez, no rock in rio, eu fiz um minuto de silêncio por um mundo melhor.”

Não me interpretem mal. Eu apóio protestos pacíficos, e os valores simbólicos que eles carregam e agregam. Eu acredito na ação local, sim. Acredito que mudar o mundo deve começar com a mudança de si, e de seu redor. Eu participo, também, desses atos simbólicos, e gosto de ver depois o quanto de gente participando eles conseguem arrastar. Mas me inquieta muito ver gente que está se lixando pro mundo se sentindo consciente e ativo na construção de um mundo melhor, assim. Gente que só liga pro que for conveniente para seu bem estar a curto prazo, no dia de hoje. Que acha que uma bituca de cigarro na imensidão da praia não vai piorar a situação do mundo, ou pior, achar que deixar de jogá-la não adiantará nada, já que todo mundo faz. Isso não me revolta, não me deixa indignada, me deixa inquieta, impotente. Ao contrário do que possa parecer, eu não me incomodo se pessoas que não se preocupam com o mundo dizem que o fazem. Eu mesma, ora, acho que o meu “possível” não é o suficiente, ainda. O que me inquieta é que essas pessoas de fato acreditam que são conscientes, e que fazem a sua parte. E isso já satisfaz suas culpas de estimação, impedindo que consigamos estender nossa rede de cuidado com o próximo e com o mundo, colorido, mundo afora. Pra mim, a principal função desse movimento é sensibilizar. Sensibilizar, arrastar e abraçar mais gente, a cada momento. Mostrar que está a seu alcance, sim. E que a gente sempre pode fazer mais. É essa a minha função, a nossa. A sua. E é isso que eu procuro, no meu fazer diário. E a cada vez que repito incansavelmente esse, como chamam, “discurso” pra pessoas que sei que não se interessam por nada disso. Falando, discutindo, brigando, escrevendo. "Que tal começar já? O tempo é curto."
A HORA DO PLANETA NÃO FOI AQUELA, É ESSA!