quarta-feira, 15 de junho de 2011

Clichês de Amor

Todas as mulheres inteligentes foram queimadas vivas na santa inquisição... todos os gênios do sexo masculino foram guilhotinados pela igreja na idade média. Só sobraram os burros... talvez um ou outro culto tenha restado... mas, eles foram obrigados a se esconder para não morrerem também.

Quem sobrou da nossa humilde espécie, deram a nós, continuidade até hoje. Em um mundo onde o sexo masculino e o feminino jamais entrariam em harmonia, pois o masculino estava no poder e estava feliz com isso... muitas coisas foram destruídas.
Mas, a primeira delas, foi, sem dúvidas, o amor.
Ele foi simplesmente estraçalhado, cortado, repicado, para poder caber nas normas religiosas e sociais. As partes inúteis do amor foram todas tiradas. Depois de anos de evolução, adivinha só...

Muitas coisas foram reconstruídas! As igrejas da idade média, lindas, como acervo histórico, os objetos de tortura que foram usados nos gênios, as guilhotinas, as vestimentas, os acervos de guerra... tudo para formar maravilhosos museus que nos trazem saudades da antiguidade, mas, ninguém... eu disse NINGUÉM até agora teve sequer vontade de reconstruir o amor!
Não que eu seja contra qualquer reconstituição de fatos históricos... pelo contrário... acho importantíssimo! Mas, a história é ciência... e o amor? Onde ele... aleijado, cortado, torto... pode se encaixar nesta história toda?
As pessoas nos inventaram frases feitas sobre o amor, para que quando as disséssemos, não precisássemos refletir, assim, não teríamos sequer que pensar no amor. Como um significado no dicionário... porém, deturpado.

Mas, se formos algum dia, reinventar o amor, tornando a transformá-lo em um sentimento... teremos que nos livrar imediatamente de alguns clichês.
“Nada melhor para superar um amor, que outro amor”... primeiro, não se supera um amor! Se você realmente ama alguém, não pede nada em troca... Vamos então, se vai dizer algo como isto, coloque apenas a sua cara a tapa, não a do amor! Isso é o que você, de forma ignorante e egoísta, com medo de sofrer resolveu dizer... e não tem nada haver com o amor! Então, vamos refazer o clichê:
“Nada melhor para esquecer aquele palhaço que não satisfez meu egoísmo, do que qualquer outra pessoa... contanto que essa o faça!”

Agora sim! Não é são transformar uma palavra como o amor em algo que deve ser superado e eliminado.

“Ele não me merece!”. Eu rio quando ouço esta! Pois tenho a perfeita tradução: “Sou um bibelô na prateleira, e ele não pôde me adquirir”.
A pessoa que diz essa frase... especialmente se for mulher, está se colocando na condição de objeto... ele não me merece, portanto, não pode usufruir do conforto que eu proporcionaria.
“Tal pessoa não é para mim.”, seria perfeitamente traduzida em “Quem precisa do amor de tal pessoa, se eu tenho o meu próprio”. E por aí vai...
“Senti uma química entre nós” = “Acho que a sociedade deixaria nós dois relacionarmo-nos”
“Você é perfeito para mim”=”Você é burro o bastante para suportar um relacionamento sem quaisquer cisco de amor, quem dirá de perdição”
“Custe o que custar, eu vou te esquecer” = “Renego o amor incondicional até a morte!”
“Você é tudo o que eu sonhei para mim”= “Você corresponde exatamente às características estereotipada que a sociedade me convenceu a gostar... posso exibi-lo (a) para os meu amigos (as)?”
“Eu gosto de você”=”Não vou muito com a sua cara, mas... fica na reserva!”
“Eu adoro você”=”Eu gosto muito de você, mas, se disser que te amo, você vai me interpretar mal”
“Eu amo você”= “Finalmente! Encontrei alguém não fumante, virgem, não-crítico, da mesma religião que eu, mesmo nível social, e com uma beleza que nenhum dos meus amigos vai botar defeito, e uma educação que a minha mãe vai adorar! Você é perfeito para mim, de acordo com o que a sociedade quis que eu acreditasse... agora... vejamos se você é burro o bastante para acreditar que eu me preocupo com você... se for burro... meu deus, você é perfeito! Quer se mudar lá para casa?”
“Eu já te superei”= “O único que importa nessa história sou EU!”

Exagero? Mas, é claro que não! É assim que a humanidade age. É nesta coisa imunda... nessas negociações obscenas que o nosso puro amor foi transformado!
E esses clichês são apenas uma amostra do que os relacionamentos que a humanidade inventou fizeram com o amor... existem coisas piores! Ninguém mais sente o amor! As pessoas só falam dele... e falar dele, só o vulgariza mais.
“Você me traiu, não te perdoarei!” = “O que? Você não me pertence? Como ousa? Bom... já que nunca te amei mesmo, a única coisa que terei que superar, é p fato de estar acostumada com você!”
“Quero um tempo para pensar...” = “Estou acostumado com você! A sociedade está satisfeita com nosso relacionamento! Mas, eu não te amo nem nunca amei! Dá pra eu ficar pelo menos um pouquinho longe de você para eu sentir saudades do nosso amor de costume, e conseguir suportar a nossa relação?”

Claro, eu não sou a dona da verdade. Existem milhares de outros significados que podem ser atribuídos a estas frases... mas, nenhum deles dirá do amor verdadeiro. Acho verdadeiramente, que se as pessoas vão desestruturar o amor dessa forma dizendo essas coisas “muy românticas” sobre ele... então... deveriam todas ficarem quietas!