domingo, 29 de março de 2009

Todos Somos Um: Pela Cura do Planeta

'A ambição levou a civilização a observar a natureza como subalterna. Mas é por ser superior ao Homem que a natureza o serve. O Ser Humano destrói a natureza na razão direta em que esquece o verdadeiro sentido de sua humanidade.
Redimensionar a relação da humanidade com a natureza está no centro da mudança necessária à permanência da vida na Terra.'
Estou na constante busca da essência da Vida, da conexão plena com tudo que é vital, consciente da necessidade da autenticidade e do amor incondicional para com os que me cercam. A Natureza é a fonte, o modelo de harmonia e perfeição, componho com os que traçam o mesmo caminho a vivencia de um mundo novo onde a cooperação e o respeito por todas as formas de vida se fazem presentes, assim como os indígenas tento agir pensando não apenas no próximo mas nas próximas 7 gerações. Sei que só se transforma pela ação, por dar o melhor de si e ser exemplo porque os conselhos podem até convencer, mas os exemplos arrastam...
Acredito que atraímos aquilo que emanamos, por isso luto! Porque 'a revolução virá e ela não trará somente o direito ao pão, mas à poesia'.
Nós somos os responsáveis. Preserve! Cuide! Reduza! Reutilize! Recicle!
Conecte-se a Mãe-Natureza na integração de todas as ciências, todas as artes e todas as espiritualidades.
A sustentabilidade, a igualdade e a harmonia são o objetivo e a evidência na minha caminhada.
NÓS SOMOS UM!

Alfabeto Altruísta

Hitler tornou-se líder da sociedade que mais havia ganhado prêmios Nobel até a década de 30. Uma sociedade que havia produzido Kant, Hegel, Schopenhauer e tantos outros brilhantes pensadores. Outros “Hitleres” aparecerão? Infelizmente, sim. Se surgiu um tirano seduzindo a sociedade inteligentíssima não há nenhum impedimento para seduzir outras sociedades menos aptas intelectualmente. Somos tímidos espectadores onde deveríamos ser ágeis atores, então, dá-se a permissão que outros psicopatas proponham idéias inumanas para resolver conflitos humanos.Os gemidos de milhares de crianças judias e de outras minorias mortas nos campos de concentração ainda ecoam pela nossa história, acusando nossa loucura. Não basta ler a história e se admirar com as atrocidades cometidas, é preciso ter a pedagogia da indignação, ter ouvidos altruístas para ouvir clamores inaudíveis.Somente a educação altruísta resgata valores éticos e é capaz de batalhar contra a prevalência do instinto humano no tecido social. O egoísmo, o individualismo, o egocentrismo, se desenvolvem espontaneamente sem nenhum esforço educacional. Não espere que as crianças e adolescentes sejam espontaneamente solidárias, tolerantes e socialmente afetivas; dependem de aprenderem o alfabeto da sensibilidade, do prazer em se doar, da paixão pela humanidade, perceber que cada ser humano é um mundo fascinante que tem lágrimas e alegrias, ousadias e recuos, lucidez e estupidez...O altruísmo vacina contra toda forma de discriminação e contra estrelismo, individualismo e egocentrismo. Torna-se um ser humano sem fronteira com plena consciência de que somos um ser humano acima de sermos americanos, chineses, árabes, judeus, intelectuais, iletrados, que não vive ilhado gravitando apenas na órbita de suas necessidades...sem isso é impossível desenvolver relações sociais saudáveis.Os que não são altruístas são “tratores sociais” que passam por cima de sentimentos alheios, não respeitam suas crises. O alfabeto altruísta aprende a valorizar o ser, mas sem desprezar o ter; apostar no ser humano e acreditar na vida, mesmo que as pessoas e as circunstâncias que nos cercam nos estimulem a ser pessimista. Desculpe-me dizer, psicopatas e pessoas depressivas se desenvolvem diante de nossos olhos. E fazemos muito pouco para ajudá-los!

Amor e Utopia

Alguns dos meus amigos dizem que eu sou melhor na prosa do que na política. Pode ser. O certo é que as grandes paixões humanas sempre me envolveram demasiadamente, talvez por serem "demasiadamente humanas". E não entendo a paixão como algo necessariamente irracional. A paixão é abnegada, forte, quase intransigente. Mas quando ela é verdadeira, desconfio que parta assim de princípios muito conscientes, de causas justas, as quais se amam porque se acredita e se acredita porque se vive e se reflete.A paixão está sempre pronta pra fazer o caminho inverso rumo à morte, quando cessam os sonhos e alguém indigno ainda tem o despeito de perguntar: e agora, José? Mas a paixão revive a cada fagulha de esperança, cujo maior alimento é a evidência de que algo ainda existe e queima, e contagia, e que não é pra sempre só pra poder renascer, recomeçar e espantar o mundo inteiro.Talvez neste momento a paixão do "mundo que compreende e amanhece em paz", redimido pelo amor de dois seres, se cruze com o amor destes pela humanidade e suas utopias, e seus grandes projetos e suas mãos sedentas por fazer história.Este tipo de paixão sempre me pareceu um tanto mais interessante. Não sei se um dia vou achar um alguém que ache romântico amar ouvindo a "Internationale", mas, mais do que nunca, o amor e a utopia não me parecem tão contraditórios assim.

"Buniteza" e Pobrefobia

As mesas de bares ou conversas com amigos e colegas são momento ideal pra relaxar. No entanto o tira-gosto pode ser um tanto indigesto e a cerveja um pouco mais amarga quando comentários pobrefóbicos são proferidos na mesa. Não é raro ao contar vantagem de viagens ou experiências, que algumas pessoas comentem: "lá era muito legal, o lugar era lindo, limpo e não tinha gente feia". Nada contra as diferentes acepções de bom-gosto e apreciação da beleza. O problema é que geralmente a "gente feia" se refere a pessoas que não podem ou não querem se adequar aos padrões de beleza estabelecidos pelo mercado, que utilizam vestuário mais simples e possuem traços negros ou indígenas. E assim nas praias não querem se misturar os das "áreas badaladas" com os "farofeiros"e os das festas de elite com aquelas que "só da caboco ".Esse tipo de comentário aparentemente inofensivo revela um traço importante da cultura de apartação social que comportamos historicamente. Muitos de nós nunca viram pessoas tão humanas quanto qualquer um como semelhantes, simplesmente por causa de seus trajes, traços étnicos e escolaridade.Um exemplo emblemático desse traço é a indignação seletiva com o poder punitivo do Estado. Os mesmos que defendem a pena de morte, execuções sumárias, torturas físicas e a abordagem de civis inocentes como um mal necessário ( se isso acontecer com pobres, negros e nas favelas) são aqueles que ficam indignados com o uso de algemas nas operações da polícia federal, com o combate à sonegação fiscal e até mesmo com as multas de trânsito.Como na minha casa sempre se comeu manga com farinha, para mim bonito mesmo é a diferença, a pluralidade a luta pela igualdade de direitos. É muito bom poder viajar, freqüentar os lugares da nossa preferência, com quem e quando bem entendermos. Mas que isso não sirva para tornar real ou desejável a invisibilidade de nossos compatriotas e suas identidades, dificuldades e diferenças.Não sei até que ponto a tão felicitada tolerância com esse tipo de comentário é positiva. Já recebi diversos conselhos para relevar, entender e não perder amizades por causa de "radicalismos" (seja lá o que isso signifique nesse contexto). No entanto, sem prejuízo da pluralidade política necessária e desejável, certos valores fazem com que o racismo e a pobrefobia me sejam intoleráveis. Se isso me causa algum prejuízo, "tô nem ai". Ou, como dizem outros amigos, "Já deu".